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Doutor João Responde

Doutor João Responde

Colunista

Dr. João Evangelista

Espetando o dedo no paraíso

Coluna foi publicada nesta terça-feira (16)

Dr. João Evangelista | 16/01/2024, 10:25 10:25 h | Atualizado em 16/01/2024, 10:27

Quem namora a poesia, deixa, em Setiba, o coração; onde o sol se joga na areia, onde a lua brilha no chão. Nesse lugar paradisíaco, a natureza encanta a alma e a eleva acima da sua condição. Localizado em Guarapari, o balneário “Recreio de Setiba” enche os olhos do turista, ostentando suas sinuosas praias, emolduradas por majestosos rochedos.

Caminhando sobre as franjas que separam a mata nativa, do mar, deparo-me com um frondoso cacto exibindo uma bela pitaya, conhecida como “fruta do dragão”. Ao tentar pegá-la fui alvejado por vários espinhos, cravados pelo vegetal, tentando proteger o fruto do seu ventre.

Consegui retirá-los da mão, exceto um, que penetrou na carne, provocando intensa reação inflamatória, essa resposta do organismo ao dano tecidual.

Objetivando eliminar o corpo estranho na pele, impedir sua propagação para outros tecidos e preparar o reparo tecidual, o local evoluiu com dor, calor, rubor e edema.

A vasodilatação e o aumento da permeabilidade dos vasos sanguíneos possibilitavam que o sistema imunológico atuasse na área lesionada, eliminando toxinas e células mortas. À medida que a temperatura local aumentava ligeiramente, as reações se processavam de forma rápida, liberando calor adicional.

A dor constitui o principal sintoma da inflamação, resultando da lesão dos neurônios e de toxinas liberadas pelos microrganismos.

Com o passar do tempo, as células de defesa apareceram na região afetada. Os glóbulos brancos começavam a se espremer através da parede do vasos, visando alcançar a área danificada, fagocitando os germes invasores.

Por fim, eles também morreram. Em poucos dias, formou-se uma bolsa de fagócitos mortos e de tecido necrosado. Essa coleção líquida de células destruídas é denominada pus.

Como os espinhos dos cactos são minúsculos, a ponto de alguém demorar para notá-los, questiona-se: o que pode acontecer caso eles permaneçam no corpo?

A reação natural do organismo é querer combater e expulsar esse corpo estranho, que é quando em volta dele fica inflamado. Em algumas situações, pode sair pus e, em outras, o espinho é englobado e isolado, formando uma cicatriz que pode ficar estável ao longo da vida ou, depois de algum tempo, voltar a incomodar.

Considerando que eu e meu sistema imunológico não conseguimos eliminar o espinho entranhado no tecido, tivemos que contar com os dois inteligentes recursos do corpo.

Surgiu um granuloma, que é uma forma de contenção do agente agressor, quando o mesmo ainda não foi eliminado pelo sistema imune.

Posteriormente, brotou a conhecida purulenta secreção amarela. Apesar da sua presença falar a favor de infecção bacteriana, quem produz o pus é o próprio sistema imunológico.

Com o passar dos dias, o abscesso drenou sozinho, levando consigo o nefasto espinho, que foi devolvido ao meio externo.

Depois disso, continuo a caminhar, junto à terra, perto do mar. Nesse paraíso cheio de mistérios, sigo amando a natureza que tenta se proteger.

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