Minhas impressões
Coluna foi publicada nesta terça-feira (26)
A vitória da Seleção Brasileira sobre a Inglaterra no piso sagrado de Wembley resgata a autoestima, o que já é um fato importantíssimo para o momento. Mas o fato de o time do estreante Dorival Júnior ter demonstrado harmonia na execução do plano de jogo potencializou o resultado. Ainda que o jogo terminasse num injusto 0 a 0, os brasileiros já teriam com o que se animar.
A entrada dura do talentoso Jude Bellingham em Bruno Guimarães, ainda no primeiro tempo, foi a senha que desfez a impressão de que os ingleses encaravam o confronto como mero amistoso. Nada disso.
O jogo foi à vera, o time de Gareth Southgate não fez uma partida ruim. Pelo contrário: teve mais posse (53% a 47%), mais do que o dobro de escanteios, e o mesmo número de finalizações (14 a 14).
Foi, portanto, um jogo daqueles que acrescenta ao planejamento para a formação de um bom time.
Dorival construiu um consistente bloco defensivo, com Fabrício Bruno e Berardo somando virtudes, e Danilo e Wendell fechando corredores com a boa atuação da dupla João Gomes e Bruno Guimarães. Ao quarteto Paquetá, Vinicius Jr, Rodrigo e Raphinha coube as manobras no campo adversário.
A boa atuação foi percebida pela própria crônica inglesa, mas também pela espanhola. E o 1 a 0 com gol do prodígio Endrick, com rebote após chute de Vini Júnior sobre o “English Team” de Bellingham e cia. fez crescer a expectativa quanto ao confronto de amanhã, no novo Bernabéu, contra a também renovada seleção de Luis de La Fuente. O conjunto espanhol perdeu para a Colômbia na sexta-feira, em Londres.
É preciso que a Seleção repita o padrão da atuação, sobretudo com a mesma concentração. E não estou falando de resultados, mas de desempenho. O time deixou ótima impressão neste primeiro confronto da “Era Dorival”, renova a confiança, mas terá este e mais dois amistosos no início de junho para consolidar o início de uma nova fase. Até lá, não para festejar nada.
Independentemente da qualidade dos jogadores, o futebol ainda é estratégico duelo pela ocupação de espaços.
E a Seleção, com Lucas Paquetá de volta ao meio, recuperou o equilíbrio que lhe fragilizava com Fernando Diniz. Está refeito o link com o que havia de positivo na “Era Tite”. Vejamos, então, como a coisa anda a partir de agora.