X

Olá! Você atingiu o número máximo de leituras de nossas matérias especiais.

Para ganhar 90 dias de acesso gratuito para ler nosso conteúdo premium, basta preencher os campos abaixo.

Já possui conta?

Login

Esqueci minha senha

Não tem conta? Acesse e saiba como!

Atualize seus dados

Pernambuco
arrow-icon
  • gps-icon Pernambuco
  • gps-icon Espírito Santo
Pernambuco
arrow-icon
  • gps-icon Pernambuco
  • gps-icon Espírito Santo
Espírito Santo
arrow-icon
  • gps-icon Pernambuco
  • gps-icon Espírito Santo
Espírito Santo
arrow-icon
  • gps-icon Pernambuco
  • gps-icon Espírito Santo

Filmes e Séries

Filme de Tatá Werneck e Ingrid Guimarães reaviva a boa comédia brasileira

Longa estreia nesta quinta-feira (28), nos cinemas brasileiros


Imagem ilustrativa da imagem Filme de Tatá Werneck e Ingrid Guimarães reaviva a boa comédia brasileira
Banner do filme "Minha Irmã e Eu" |  Foto: Divulgação

Para começar, "Minha Irmã e Eu" assimila a tradição da "comédia maluca" —"screwball"— com desenvoltura bastante para fazer com que as confusões armadas ao longo do enredo se resolvam sem ofender o espectador.

No caso, Mirelly, personagem de Tatá Werneck, é a irmã que responde pela parte maluca da comédia. Intrépida, ela deixa o conforto familiar de Goiás para viver no Rio de Janeiro, enquanto Mirian, papel de Ingrid Guimarães, a irmã careta, seguirá um destino tradicional: casamento, filhos, casamento, tudo sem nunca sair do interior do país.

As coisas seguiriam assim, não fosse a necessidade de alguém se ocupar da mãe, agora idosa. Uma empurra para a outra, e nesse choque ficamos sabendo que Mirelly não é tão bem-sucedida quanto queria fazer crer.

Mirian, em sua ingenuidade, acredita que Mirelly é rica, sim, e apenas faz corpo mole para não ter de se ocupar da mãe. Em vista disso, resolve ir ao Rio de Janeiro para ver se a irmã para com essa embromação e assume as responsabilidades de mulher rica.

Começam aí os quiproquós, já que Mirelly envolve-se em pequenos trambiques, que se desdobram em novas mentiras, que força a mais trambiques, que prosseguem em uma longa viagem Rio-Goiânia, de carro, a que não faltam tropeços e mal-entendidos, mas também surpresas e descobertas.

O dinamismo do roteiro é bem aproveitado pela diretora Susana Garcia, cujo sucesso em uma série de comédias da década passada —culminando com "Minha Mãe É uma Peça 3"— parece ter dado a segurança para manter-se num gênero.

Alternam-se os momentos de riso, sorriso e alguma gravidade sugeridos por um roteiro, em que a oposição entre os temperamentos de Mirian e Mirelly ocupa lugar central —como essas oposições entre marido e mulher nas antigas comédias do recasamento.

As personagens, diga-se, são complementares e, irmãs sempre, até deixam suas diferenças de lado quando a mãe decide desaparecer da vista de todos e o problema se transforma —em vez de ser cuidar da mãe, agora encontrá-la torna-se a questão.

Depois de não poucas decepções, na bilheteria, na recepção dos espectadores —as mais recentes com "Mussum o Filmis" e "Mamonas Assassinas, o Filme"—, a comédia brasileira pela primeira vez se põe em condição de superar a morte de seu comediante maior, Paulo Gustavo.

Ao buscar inspiração nas clássicas comédias "screwball", consegue superar —mas não esnobar— o estilo Globo, que afinal foi a garantia de contato dos filmes com o público ao longo das duas primeiras décadas deste século.

Não é à toa que Ingrid Guimarães, de resto nome-chave desse ciclo, nos fala em "ir à guerra para que o cinema brasileiro volte aos cinemas". Desconheço se ela se empenhou pessoalmente para que o Congresso passasse a lei de cotas para o audiovisual brasileiro, ou se a frase é um tanto retórica.

Um tanto, mas não demais —Ingrid foi outra figura-chave das comédias das primeiras décadas do século e sabe que a retomada desse ciclo exige mesmo algo como uma "guerra" que leve à reconquista de um público, seja por causa da pandemia, seja porque desde 2019 já não havia tanto motivo para rir.

Esta guerra começa, assim, com um trabalho que remete a antigas oposições brasileiras —o campo versus a cidade; irmã mais velha versus irmã mais nova; liberdade versus caretice— em um roteiro que não se acomoda demais a elas e também não dá um lugar fixo às personagens, permitindo-lhes certos movimentos ousados, por vezes até surpreendentes —as descobertas sobre o destino da mãe entre eles.

Nesta guerra em que o audiovisual brasileiro tenta trazer para si, novamente, um público capaz de gerar grandes bilheterias, talvez o primeiro movimento forte da comédia seja este —precedido apenas por "Nosso Sonho", o filme de Claudinho e Buchecha, que não era comédia.

Também fiel à tradição, o filme pretende se encaixar e retomar uma tradição, mas não explorar sentidos inéditos. Não é este seu objetivo. Mas há um sentido obrigatório a mencionar: o filme trata das brigas e reencontros entre duas irmãs, de pessoas que divergem, mas que, acima de divergências, descobrem suas afinidades profundas. Tem algo a ver com o Brasil atual, não tem?

MINHA IRMÃ E EU

Avaliação: Bom

Quando: Estreia nesta quinta (28) nos cinemas

Classificação: 14 anos

Elenco: Ingrid Guimarães, Tatá Werneck e Taís Araújo

Produção: Brasil, 2023

Direção: Susana Garcia

MATÉRIAS RELACIONADAS:

Comentários

Os comentários são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião deste site. Leia os termos de uso

SUGERIMOS PARA VOCÊ: