X

Olá! Você atingiu o número máximo de leituras de nossas matérias especiais.

Para ganhar 90 dias de acesso gratuito para ler nosso conteúdo premium, basta preencher os campos abaixo.

Já possui conta?

Login

Esqueci minha senha

Não tem conta? Acesse e saiba como!

Atualize seus dados

Pernambuco
arrow-icon
  • gps-icon Pernambuco
  • gps-icon Espírito Santo
Pernambuco
arrow-icon
  • gps-icon Pernambuco
  • gps-icon Espírito Santo
Espírito Santo
arrow-icon
  • gps-icon Pernambuco
  • gps-icon Espírito Santo
Espírito Santo
arrow-icon
  • gps-icon Pernambuco
  • gps-icon Espírito Santo

Fala Doutor

Tira-dúvidas sobre doença que pode até matar em voos

Especialista alerta que em viagens com mais de 3 horas existe maior risco de embolia pulmonar, complicação da trombose


Imagem ilustrativa da imagem Tira-dúvidas sobre doença que pode até matar em voos
Aline Lamaita diz que é indicado beber muito líquido durante o voo |  Foto: Divulgação

A repercussão da morte da fisioterapeuta capixaba Flávia Rezende, aos 45 anos, durante um voo que ia para Tóquio, no Japão, na última segunda-feira, por suspeita de uma possível embolia pulmonar – quando o coágulo vai das pernas para o pulmão –, acendeu o alerta para a doença.

Voos longos, segundo especialistas, podem provocar a condição. Mas a cirurgiã vascular Aline Lamaita, membro da Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular (SBACV), destaca que outras situações, como obesidade e uso de pílula anticoncepcional, também podem provocar a embolia pulmonar. Em conversa com a reportagem, a médica tirou dúvidas sobre a doença.

“Além das viagens, todas as situações onde diminuímos a velocidade do fluxo sanguíneo aumentamos a chance de lesões nas veias ou deixamos o sangue 'mais grosso', podendo aumentar o risco”.

Imagem ilustrativa da imagem Tira-dúvidas sobre doença que pode até matar em voos
A morte da capixaba Flávia Rezende, aos 45 anos, durante um voo que ia para Tóquio, no Japão, chocou todo o Brasil. |  Foto: Acervo pessoal

Entre as situações que diminuem a velocidade do fluxo, a cirurgiã vascular cita ficar imobilizado, acamado, obesidade, doenças que dificultam a mobilização e pós-operatório. Além disso, uso de pílula anticoncepcional oral e uso de hormônios anabolizantes aumentam o risco da doença.

“Por outro lado, também podemos ter um grupo de pessoas que podem ter uma maior tendência à formação de trombos pela própria composição do sangue, que são denominadas trombofilias, que podem, em alguns casos, ter caráter hereditário”.

A Tribuna- O que é a embolia pulmonar?

Aline Lamaita- A embolia pulmonar é a grande complicação de uma trombose venosa profunda, que é caracterizada pelo desenvolvimento de um coágulo sanguíneo no interior das veias das pernas devido à circulação inadequada.

Em casos graves, esse coágulo se desprende da parede da veia e corre pela circulação até chegar ao pulmão, causando uma embolia pulmonar, que pode resultar até mesmo em morte súbita.

Quando ela ocorre?

O problema é mais frequente durante viagens de avião porque permanecemos muito tempo parados e sem movimentar as panturrilhas, então a velocidade do sangue dentro dos vasos diminui, favorecendo o desenvolvimento de coágulos. Além disso, a pressurização da cabine e o ar-condicionado causam desidratação e, consequentemente, aumentam a viscosidade sanguínea.

Existe uma quantidade mínima de horas de voo que pode causar risco da doença?

A trombose é mais provável de ocorrer em trechos mais longos de viagens, acima de três horas. Como cada vez mais as poltronas dos aviões estão mais restritas, o que dificulta mais ainda a movimentação adequada, a doença ficou conhecia como “síndrome da classe econômica”, já que nesse setor a probabilidade de um evento tromboembólico é maior.

Em trabalhos mais recentes já sabemos que até a posição da cadeira pode ter influência no risco, pois pessoas que sentam próximas à janela, por levantar menos, têm maior chance do que as que preferem sentar próximo ao corredor. Por isso, é tão importante tomar precauções durante a viagem.

Quais cuidados devemos tomar?

Primeiramente, é indicado beber muito líquido e evitar bebidas alcoólicas durante o voo, para não desidratar. Medicações para dormir também não são aconselhadas, pois diminuem a mobilidade. A principal dica é andar pelos corredores a cada duas horas e movimentar suas pernas enquanto estiver sentado.

Quais sinais podem indicar uma possível trombose? Ela pode se manifestar de forma súbita?

A trombose sempre se manifesta de forma aguda, sempre numa perna só, frequentemente associada a um quadro de dor insidiosa na panturrilha que não melhora com variação de posição, podendo ou não estar associada ao inchaço.

Mas, infelizmente, às vezes o primeiro sinal de uma trombose pode ser uma embolia pulmonar fatal, que vai parecer um quadro de infarto agudo do miocárdio.

Existe um grupo de maior risco para o desenvolvimento da doença?

A atenção com a doença deve ser redobrada por aqueles que possuem fatores individuais que agravam os riscos de trombose, como obesidade, tabagismo, uso de hormônios e pílulas anticoncepcionais, portadores de câncer, pessoas com maior predisposição à coagulação sanguínea, gestantes, idosos, deficientes físicos e portadores de varizes.

Como é feito o tratamento da trombose e da embolia pulmonar?

A trombose e embolia pulmonar são essencialmente de tratamento clínico, com uso de anticoagulantes e acompanhamento, mas em casos extremos pode-se fazer uso de trombolíticos (drogas que dissolvem o trombo ) em caráter sempre hospitalar.

Fique por dentro

- A trombose ocorre quando há formação de um coágulo sanguíneo em uma ou mais veias grandes das pernas e das coxas. O problema maior é quando um coágulo se desprende e se movimenta na corrente sanguínea, em um processo chamado de embolia, podendo ocorrer no cérebro, pulmão ou coração.

- A trombose, se não tratada corretamente, pode evoluir para algumas complicações como a embolia e provocar, inclusive, a morte.

- Os membros inferiores são os locais mais comuns de trombose e os principais sintomas são o edema (inchaço), a vermelhidão, a dor e o calor no local, além de dor nas pernas.

- Quando é avaliada apenas a faixa entre 20 a 40 anos, a incidência de trombose é um pouco maior nas mulheres pela maior exposição a fatores de risco, como anticoncepcionais e gestações.

Os números

Aproximadamente 15% de indivíduos não tratados da trombose venosa profunda podem morrer de embolia pulmonar

489 mil brasileiros foram internados para o tratamento de trombose venosa, de 2012 a 2023

MATÉRIAS RELACIONADAS:

Comentários

Os comentários são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião deste site. Leia os termos de uso

SUGERIMOS PARA VOCÊ: