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Doutor João Responde

Doutor João Responde

Colunista

Dr. João Evangelista

Infecção por Helicobacter pylori

Coluna foi publicada nesta terça-feira (16)

Dr. João Evangelista | 16/04/2024, 10:03 10:03 h | Atualizado em 16/04/2024, 10:03

Imagem ilustrativa da imagem Infecção por Helicobacter pylori
João Evangelista Teixeira Lima é clínico geral e gastroenterologista |  Foto: Arquivo/AT

Em 1982, durante um congresso de gastroenterologia, eu tomei conhecimento de que existiam micróbios no estômago. Como a evolução faz da medicina uma arte com verdades temporárias, desdenhamos daquilo que levaria Barry Marshall e Robin Warren a ganharem, em 2005, o Prêmio Nobel em Medicina.

Apesar do merecimento, convém lembrar que foi o investigador italiano Giulio Bizzozero quem descobriu, em 1893, que existiam bactérias espiraladas colonizando o ambiente ácido do estômago de cães.

Atualmente, sabe-se que existem 200 espécies de patógenos colonizando o estômago humano, apesar do Helicobacter pylori ser dominante.

Além da função digestiva, a secreção gástrica também serve de barreira contra microrganismos ingeridos pela boca. Como poderia, então, o estômago e o duodeno serem colonizados por esses germes?

Descobriu-se que o H. Pylori sobrevive dentro desses órgãos em função da sua capacidade de produzir substâncias que neutralizam os ácidos ao seu redor e que lhe permitem aderir ao epitélio da mucosa gástrica e duodenal.

A principal característica bioquímica do Helicobacter pylori é a sua capacidade de produzir a enzima urease, que hidrolisa a ureia em bicarbonato e amônia, neutralizando o ácido clorídrico em torno dele, facilitando o escape da pronunciada acidez gástrica.

Como o H. pylori somente sobrevive por minutos na luz do estômago, precisa migrar rapidamente para a superfície do epitélio gástrico, o que ele faz atravessando a espessa camada de muco.

Favorecida por sua forma em espiral e seu movimento flagelar, a bactéria penetra e atravessa o muco para se estabelecer e replicar na superfície epitelial. O processo de travessia é facilitado pela própria urease, que tem a propriedade de alterar a viscosidade da mucina.

A forma de transmissão do Helicobacter pylori ainda é bastante controversa. Acredita-se que o contato entre hospedeiros e a ingestão de água, ou alimentos contaminado, sejam as principais vias. Além disso, verifica-se que o endoscópio e os instrumentos usados em biópsias podem constituir um foco de infecção, caso não forem adequadamente desinfetados.

O H. pylori é responsável por uma série de manifestações clínicas, refletindo sua ação no estômago e duodeno.

Gastrite aguda e crônica, úlcera péptica, câncer gástrico, entre outros, são processos decorrentes da inflamação produzida pelo Helicobacter pylori.

Por outro lado, existem inúmeras dúvidas sobre algumas ações benéficas desse microrganismo. O efeito protetor da colonização do H. pylori contra certas doenças, precisa ser avaliado.

A prevalência aumentada das enfermidades alérgicas deveria ser explicada pelo decréscimo da incidência dessa bactéria no estômago.

Para o desenvolvimento do carcinoma gástrico, além do papel do Helicobacter pylori, seria importante definir a participação de coinfecções que contribuiriam para o início ou a progressão da neoplasia.

O efeito colateral de um mal pode caracterizar um bem.

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