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Tribuna Livre

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Colunista

Leitores do Jornal A Tribuna

Primeiro de maio

Coluna foi publicada nesta segunda-feira (29)

Padre Ernesto Ascione | 29/04/2024, 12:19 12:19 h | Atualizado em 01/05/2024, 12:22

Imagem ilustrativa da imagem Primeiro de maio
Padre Ernesto Ascione é missionário comboniano |  Foto: Divulgação

A realidade do trabalho está no centro da existência humana. Amor e família, profissão e trabalho constituem as duas facetas fundamentais da vida do homem. O mundo moderno valorizou grandemente o trabalho: não o considerou como uma maldição divina, consequência da rebeldia antiga, mas, como um valor extraordinário; rejeitou, também, a concepção espiritualista do trabalho, como um meio para alcançar méritos de vida eterna.

O trabalho – transfigurando e humanizando o mundo pelo impacto de sua ação transformadora – tornou o homem consciente de sua própria vocação e missão.

A Bíblia – história dos homens e de suas lutas – ressalta o trabalho humano. Os textos sagrados colocam em fogo seu grande valor, sublinhando o fato de que o próprio Deus, na sua obra criativa, é apresentado como trabalhador e organizador do “cosmos” e, na formação do homem, como ceramista e cirurgião.

Na Revelação, também, Deus é visto como pastor, vinhateiro e camponês. A exemplo de seu Deus, o povo de Israel vivia dedicado ao trabalho: pastorícia, agricultura, tecelagem, cerâmica, construção e ourivesaria. A atividade humana tinha por finalidade prolongar a obra do Criador: um aperfeiçoar o que Deus tinha começado.

Enquanto os mestres da época desprezavam os trabalhos “servis” (manuais, dos escravos), mas, não os “liberais” (intelectuais e artísticos, dos homens livres) – classificação absurda, que refletia a nefasta herança do desprezo greco-romano pelo trabalho em si mesmo – o Evangelho, por sua vez, apresenta Jesus como um trabalhador manual, ao lado de São José.

Este esquema foi rompido por Ele, o Filho de Deus, que calejou suas mãos com o trabalho manual, pois é apresentado como um humilde carpinteiro: “Este fato – adverte João Paulo II – constitui por si só o mais eloquente Evangelho, a Boa Nova do trabalho”.

Paulo, também, se apresenta como fabricante de tendas. Famosa a sua frase: “Quem não quer trabalhar, também, não coma!”. A Igreja, na sua “Doutrina Social”, em sintonia com a “Declaração Universal dos Direitos Humanos”, tem enfatizado não apenas o dever de trabalhar, mas, também, o direito de trabalhar. Por isso, a sociedade tem a obrigação de promover possibilidades de trabalho para todos, pois o desemprego constitui um de seus maiores males. Todos, empresários, sindicatos e governo, devem trabalhar juntos – além de assegurar um trabalho estável para todos – para tornar as condições do trabalho cada vez mais humanas e aprazíveis.

Papa João Paulo II, em sua encíclica, ”Laborem Exercens” (1981) – considerada um magnífico hino ao trabalho humano –, salienta: “Deve-se condenar como imoral toda exploração trabalhista do homem pelo homem, por ser uma violação da dignidade humana. A pessoa está acima dos meios de produção e não pode ser considerada como um fator a mais no processo econômico-social. Todo trabalhador tem direito a uma justa retribuição salarial, suficiente, até mesmo conveniente, para si mesmo e à sua família”.

O futuro do mundo do trabalho, em nossos países latino-americanos, vai depender de uma correta política econômico-social: os ideais de justiça e fraternidade, próprios do cristianismo, são o segredo para solicitar a sociedade a trabalhar por um futuro mais justo e melhor para todos.

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