Filme brasileiro é destaque em mostra de cinema em Cannes
Filme "Levante" foi exibido na mostra Semana da Crítica
O filme brasileiro "Levante", primeiro longa metragem da diretora Lillah Halla, apresentado na mostra Semana da crítica, em Cannes, discute aborto e sexualidade e direitos da mulher.
O Festival de Cannes está chegando ao fim neste domingo (27). Além da mostra oficial, acontece em Cannes outras mostras de cinema, como a semana da crítica, que dá espaço para filmes de orçamentos menores produzidos por novos diretores.
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Levante, de Lillah Halla, faz parte desta prestigiosa seleção. E o primeiro filme da cineasta brasileira e um discurso forte sobre uma gravidez não desejada de uma jovem jogadora de vôlei em vias de alcançar visibilidade profissional.
Sofia, que é representada pela brilhante Ayomi Domenica Dias, é uma jovem de 17 anos que joga vôlei em um clube inclusivo, no qual todas as jogadoras são da comunidade LGTBQIAP+ .
Em vias de ganhar uma bolsa de estudos e ir jogar no Chile, ela se descobre com uma gravidez indesejada, e sua luta começa quando tentando achar uma solução para interromper sua gravidez, ela é criminalizada pela sociedade onde vive.
O assunto, sai do contexto nacional, por se tratar um problema mundial de direitos da mulher, e atinge uma população feminina nos 5 continentes em países que ainda interditam a interrupção da gravidez.
Ao discursar na abertura do filme, a atriz Ayomi Domenica, disse que esta personagem representa as muitas mulheres que sofreram e lutaram para ter seu direito a escolha e não puderam. Ela espera que com este filme o assunto possa ser visto com outros olhos por quem ainda não aceita esta liberdade de escolha.
Lillah decide questionar através desta história a sociedade brasileira, que condena fortemente o aborto, que é visto como um ato criminal e ilegal pela constituição brasileira.
A diretora, através de cada um dos personagens, mostra com carinho a união deste grupo de pessoas discriminadas ainda por uma sociedade conservadora, como uma arma de resistência e luta.
O filme se torna um Triller, quando a protagonista tem que se defender das acusações que sofre e dos insultos que recebe na comunidade onde vive.
Um filme que impressionou em Cannes, e que já tem garantido um espaço nas salas de cinemas do mundo.
O filme volta para o Brasil com a mala cheia de boas críticas merecidas, tem uma fotografia muito bonita, mostra o lado pop do Brasil e tem a belíssima interpretação da protagonista Ayomi Doenica Dias, que tem recebido elogios da crítica especializada.
*Soraya Ursine é correspondente de A Tribuna no Festival da Cannes
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