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Crítica

Jornalista lança livro de história em quadrinhos nacional

Nessa entrevista, Dario Chaves fala com o crítico de cinema Adilson Carvalho sobre seu mais novo lançamento


Imagem ilustrativa da imagem Jornalista lança livro de história em quadrinhos nacional
Adilson Carvalho lança o livro “Miguel Penteado em Defesa do Quadrinho Nacional”. |  Foto: Divulgação

O jornalista Dario Chaves sempre foi um ativista das histórias em quadrinhos. Em 1991 participou da equipe que criou a Gibiteca Henfil, em São Paulo, uma das primeiras bibliotecas especializadas em quadrinhos do Brasil. 1996 editou o álbum “Brasilian Heavy Metal”, uma das maiores coletâneas de autores brasileiros, em comemoração aos dez anos da livraria Comix Book Shop.

No ano seguinte, editou a versão em português da revista americana “Heavy Metal”. Pela editora Escala editou várias minisséries e edições especiais e também a “HQ-Revista do Quadrinho Brasileiro” entre 1998 e 2001.

Nesse mesmo período foi editor na Opera Graphica, produzindo várias revistas e álbuns – dentre estes "Volúpia", uma coletânea das melhores HQs eróticas de Julio Shimamoto publicadas nos anos 1970/1980. Também foi editor chefe das revistas “Conhecimento Prático - Língua Portuguesa” e “Conhecimento Prático - Literatura” entre os anos de 2015 e 2016. Em 2017 colaborou com Álvaro de Moya no livro “Eisner / Moya” (Editora Criativo) e foi tradutor de obras “Jack Kirby: Novos Deuses” (Opera Graphica), “Ronin” de Frank Miller (Opera Graphica), “Guia Oficial DC Comics: Roteiros / Desenhos” (Opera Graphica), “Tarzan Contos da Selva” (Pixel), “Anatomia dos Super-Heróis” (Criativo) e muitos outros.

Nessa entrevista, Dario Chaves fala com o crítico de cinema Adilson Carvalho sobre seu mais novo lançamento, o livro “Miguel Penteado em Defesa do Quadrinho Nacional”.

Adilson Carvalho:  O que o levou a escrever um livro sobre a editora Penteado (GEP)?
Dario Chaves: Eu não conhecia muito sobre o trabalho de Miguel Penteado. Durante as entrevistas e pesquisas para a biografia de outro desenhista, o Julio Shimamoto, é que eu passei a ter uma visão melhor de como foi aquela época dos anos 1950 quando alguns artistas e editores participaram da criação de uma nova História em Quadrinhos brasileiras pautada em temáticas de horror e suspense.

A biografia de Julio Shimamoto foi publicada pela editora GRRR! em associação com a Editora Criativo para uma coleção chamada “Libro Vitae” dedicada a biografias ilustradas. São poucas editoras que hoje se dedicam a registrar a histórias das HQs nacionais que não sejam de autores mais famosos.

Algum tempo após eu concluir a biografia do Shima, o editor Marcio Baraldi, da GRRR!, me convidou a escrever sobre Miguel Penteado e aceitei. Eu não tinha ideia do desafio que estaria por vir, porque há muito pouca informação sobre a vida pessoal de Penteado. E pessoas que foram mais próximas dele na intimidade, como Álvaro de Moya e Jayme Cortez, já não estão mais vivas. Então foi um trabalho de pesquisa bastante exaustivo.

Adilson Carvalho: Os quadrinhos ainda podem ser vistos como forma de arte ou são apenas ferramentas midiáticas para a produção de filmes, séries e games?                                Dario Chaves: Essas duas características na verdade sempre ocorreram em conjunto. HQs sempre foram fonte para outras mídias. Não sei dizer se é a mais antiga adaptação, mas houve uma HQ chamada Arrosage Public, com desenhos de Uzès, de 1885, que foi adaptada por George Meliès em 1896.

Com a evolução de nossa percepção do que é ou não arte, pode-se abrir um debate interminável. Toda pintura, música, filme de cinema ou HQ pode ser considerada arte? A linguagem por si só dessas manifestações já as definem como arte? Ou são obras de entretenimento que também podem ser arte?

Mas, tentando responder à sua pergunta, eu acredito que Quadrinhos são arte, mas a intenção do autor por trás de uma História em Quadrinhos também revela se uma obra é ou não arte.

Adilson Carvalho: Os filmes da Marvel e da DC tomaram a hegemonia da produção cinematográfica atualmente. Como você entende esse domínio no gênero nas mídias atuais?Dario Chaves: Esse domínio dos filmes de super-heróis faz parte de um contexto de “marcas registradas”, que podemos remontar aos seriados de cinema de Buck Rogers, Flash Gordon e outros, além de filmes de personagens como Tarzan, ou filmes de faroeste.

Os EUA têm essa tradição de criar personagens fortes que, quando “pegam”, se tornam marcas fortes e lucrativas. Se os “donos” dessas marcas conseguem contar boas histórias, tanto melhor. Mas, claro, não é sempre que isso acontece. 

Adilson Carvalho: Que artistas brasileiros são atualmente relevantes para os quadrinhos?Dario Chaves: Esse tipo de lista é algo muito pessoal. Shimamoto, por exemplo, está hoje com 83 anos e continua produzindo e fazendo experimentações, e vou sempre considerá-lo como um dos grandes nomes das HQs. Mas ele é mais relevante entre os próprios autores de quadrinhos do que para o grande público.

Deodato Borges Filho, que fez fama assinando como “Mike Deodato”, um dos maiores nomes da Marvel Comics, hoje realiza trabalhos autorais fantásticos. Já tive oportunidade de editar trabalhos tanto do Shimamoto como do Deodato, por isso fica mais fácil mencionar os nomes deles. Mas existem muitos outros.

Eu prefiro recomendar ao leitor que, em vez de buscar nomes famosos, que procure temáticas relevantes que lhe agradem, e daí em diante escolher o que vai ler baseado em sua percepção pessoal.                                                                                       

Adilson Carvalho:  Voltando a falar do seu livro, sua pesquisa sobre a GEP despertou outros interesses como jornalista e autor?                           
Dario Chaves:  Isso já havia acontecido com a biografia de Shimamoto e se fortaleceu agora com a de Miguel Penteado. Ambos os livros exigiram um processo de pesquisa a que eu não estava acostumado e foi um aprendizado que me marcou e despertou uma vontade de contar um pouco da história da imprensa brasileira por meio das histórias de revistas, editoras e autores que não estão no foco da “história oficial” da mídia impressa.

Adilson Carvalho: Você pretende escrever também sobre outras editoras como a Ebal, a RGE, a Vecchi ou pensa em algo diferente em seu próximo livro?
Dario Chaves: Essas editoras que você mencionou já foram temas de livros de outros autores, então provavelmente devo escolher algum tema mais “obscuro” para um próximo livro. É emocionante pesquisar sobre algo que não conheço, descobrir informações e compartilhá-las com outras pessoas.

Para a biografia de Miguel Penteado, por exemplo, não havia um consenso sobre a data da morte dele. Tive de ir ao cemitério onde ele foi sepultado e, depois de algum tempo pesquisando nos livros de registro, consegui a informação.

Os restos mortais dele ainda estão no Cemitério da Igualdade, em Mongaguá, cidade onde ele foi morar após se aposentar de sua editora e gráfica. Há muitas histórias a serem contadas, de pessoas pioneiras e que são pouco conhecidas. Trazer essas histórias à tona é fascinante.                                                                                                                                                                              Adilson Carvalho: Como o público leitor pode comprar seu livro?
Dario Chaves: A maneira mais fácil é pelo site da livraria especializada em quadrinhos Comix Book Shop (www.comix.com.br), à venda com desconto. Ou pelo site www.livrariacriativo.com.br  

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