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Cidades

“Não adianta brigar com a tecnologia”, diz neurocientista

Neurocientista Carla Tieppo reuniu mais de 400 educadores, especialistas e entusiastas da área, em evento na capital


Imagem ilustrativa da imagem “Não adianta brigar com a tecnologia”, diz neurocientista
Carla Tieppo ressalta que “é preciso reconhecer que as ferramentas tecnológicas vieram para ficar” na educação |  Foto: Kadidja Fernandes/ AT

Na “corda bamba” entre a potencialidade de aprendizado com a tecnologia e o uso vicioso dela por crianças e adolescentes, uma coisa é fato: não há como recuar em um mundo que vive uma transformação digital.

O tema foi abordado pela neurocientista Carla Tieppo, durante o Meeting Tribuna de Educação. O evento, que aconteceu ontem em Vitória, reuniu mais de 400 educadores, especialistas e entusiastas da área.

Com o tema “Transformação digital – O que a neurociência tem a dizer”, Carla Tieppo destacou que professores precisam se unir à tecnologia e encontrar formas de usá-la ao seu favor.

“É preciso reconhecer que as ferramentas vieram para ficar. Não adianta brigar com a tecnologia, proibir o aluno de usar o celular em sala. Não é isso. O professor precisa incorporar essa tecnologia e usá-la em seu benefício paro objetivo que ele tem, que é fazer o processo de educação acontecer”.

Ela destacou, ainda, a necessidade, principalmente para adolescentes, de educadores se aproximarem do universo deles.

“O papel do professor do adolescente é conhecer um pouco desse novo universo, não se afastar ou ser o adulto 'chato', cheio de regras, que quer controlar o comportamento deles”.

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Meeting Tribuna de Educação em Vitória: educação em debate |  Foto: Kadidja Fernandes/ AT

Mas apesar da transformação digital ter o potencial de fazer com que a tecnologia seja ferramenta positiva e produtiva, Carla Tieppo destaca que isso só acontece se ela for bem usada.

“O uso da tecnologia para aumentar a experiência, por exemplo, um óculos de realidade virtual que permite fazer uma observação geográfica que eu não conseguiria no mapa em 2D pode ajudar no aprendizado”, indica.

Por outro lado, consumir conteúdos de vídeos curtos que só entretém provavelmente vai atrapalhar. Ela também destaca, no caso das crianças menores, o tipo de estímulo que está sendo dado a elas.

“A sugestão é preferir vídeos maiores e em telas maiores, como na TV, sem que a criança tenha comando sobre o vídeo. A gente não pode dar a eles a sensação de que tudo na vida pode ser pausado, passado para trás e para frente. Eles não podem sentir que eles têm esse domínio, pois depois vão querer dar 'pause' no professor”, avalia Carla Tieppo.

Imagem ilustrativa da imagem “Não adianta brigar com a tecnologia”, diz neurocientista

O que ela diz sobre

- Corda bamba

“Estamos em uma corda bamba. Podemos tranquilamente cair para um uso vicioso, que vai tentar entrar no lugar do nosso entretenimento. Tem muita gente interessada em nosso tempo, observando os conteúdos e consumindo as propagandas.

Do outro lado, temos na tecnologia uma grande oportunidade de aumentar nossa produtividade e ampliar a capacidade de acesso ao conhecimento. Nessa corda bamba, a sociedade deve decidir para que lado ir, pois esse ambiente novo é potente, mas também nos põe numa condição de vulnerabilidade”.

- Donas do mundo

“Um dos questionamentos que temos que fazer é a idade de entrada da criança na tecnologia e, mais que isso, qual é o tipo de estímulo está sendo dado?

As crianças passaram a ser a donas do mundo delas. Onde ela pausa, passa para o próximo vídeo, volta a hora que ela quer. Ela dominou aquele mundo e, por isso, não precisa mais prestar atenção, porque ela volta ali quando ela quiser.

Vocês entendem o impacto que isso tem? Se eu nasci com o mundo na ponta do meu dedo, eu vou querer trocar a pequena tela pela minha mãe falando? Ou pelo professor, que fala a hora que ele quer e que não dá para pausar?”

- Atenção

“Estamos todos mergulhados numa quantidade enorme de estímulos e não temos atenção para fazer seleção sobre eles. Escuto falarem que tempo ótimo em sala é de 20 minutos, porque ninguém presta atenção em nada além disso.

Mas quando você está maratonando sua série na Netflix, você fala eu vou ver só 20 minutos porque depois minha atenção cai? Não. Você passa o dia inteiro assistindo todos os episódios. Então, a crise não é de atenção, mas de tema, de assunto.

- Protagonismo

“Quando a gente fala em educação ativa, em metodologias ativas, o professor é o mediador. Ele não pode mais querer ser ele o dono do mundo. Antes, como os conteúdos estavam escassos, eram os professores quem detinham o conteúdo. Hoje, o que nos faz incríveis, é sermos capazes de mediar a relação dos alunos com o conteúdo e a tecnologia”.


Perfil

Carla Tieppo

É doutora em Neurofarmacologia pelo Instituto de Ciências Biomédicas da USP.

É pioneira na aplicação da ciência do cérebro no desenvolvimento humano e organizacional.

Há 27 anos ela é professora e pesquisadora da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo.

É sócia-fundadora da empresa Educação Inédita, que apresenta ao mercado educacional uma nova forma de pensar a educação a partir da perspectiva da neurociência, tanto para professores quanto para mantenedores de escolas, alunos, pais e cuidadores.

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