X

Olá! Você atingiu o número máximo de leituras de nossas matérias especiais.

Para ganhar 90 dias de acesso gratuito para ler nosso conteúdo premium, basta preencher os campos abaixo.

Já possui conta?

Login

Esqueci minha senha

Não tem conta? Acesse e saiba como!

Atualize seus dados

Pernambuco
arrow-icon
  • gps-icon Pernambuco
  • gps-icon Espírito Santo
Pernambuco
arrow-icon
  • gps-icon Pernambuco
  • gps-icon Espírito Santo
Espírito Santo
arrow-icon
  • gps-icon Pernambuco
  • gps-icon Espírito Santo
Espírito Santo
arrow-icon
  • gps-icon Pernambuco
  • gps-icon Espírito Santo

Tribuna Agro

Preço do conilon no ES deve subir mais

Questão climática e fatores relacionados a logística contribuem para esse resultado


Imagem ilustrativa da imagem Preço do conilon no ES deve subir mais
Grãos de café: valorização tem relação com o conflito no Oriente Médio |  Foto: Canva

Com grande procura e oferta limitada, o preço do café conilon no Espírito Santo bateu um recorde histórico, chegou a R$ 1.000 o valor da saca de 60 quilos e tem tendência de se valorizar ainda mais.

A questão climática e fatores relacionados a logística contribuem para esse resultado.

No ano passado, Vietnã e Indonésia apresentaram problemas na produção de café. Soma-se a isso, a guerra entre Israel e Hamas, que afetou o tráfego pelo Canal de Suez, em função dos ataques a navios no Mar Vermelho.

Como esses países optaram por contornar o Cabo da Boa Esperança, o que deixa o frete mais caro e demorado, o café do Brasil ganhou competitividade lá fora, aumentando as exportações, que contribuíram para deixar portos cheios.

“O Vietnã está produzindo menos e consumindo mais. Está segurando a produção deles e dando preferência para vender frutas e produtos mais perecíveis”, destacou Denes do Rosário, engenheiro de alimentos com mestrado e doutorado em alimentos no Brasil e no Exterior e pesquisador do pós-doutorado em fermentação de café pela Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), em Alegre.

O presidente do Sindicato Rural de Cachoeiro de Itapemirim, Wesley Mendes, explicou que o produtor precisa aproveitar o momento para pagar os investimentos feitos nessa safra, equilibrar as contas de perdas do passado e recuperar o capital para investimentos futuros.

“Estamos cautelosos porque o preço está alto mas a colheita ainda não começou. A colheita começa agora, vai de abril a setembro”, lembrou.

Na visão do especialista em engenharia econômica Lélio Monteiro, o preço do café só vai abaixar quando o Vietnã voltar a abastecer o mercado. “Demora um pouco, só na próxima safra”, avaliou.

Nos próximos meses, ele admite a possibilidade dos preços subirem ainda mais, mas destacou que é difícil prever já que a situação depende de muita variáveis.

Café ganha qualidade, e identidade valoriza grão

A qualidade do café conilon vem melhorando e conquistando reconhecimento. A mudança é decorrente do conhecimento sobre todo o processo de produção do café, que foi sendo disseminado, conforme o pesquisador do pós-doutorado em fermentação de café da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) de Alegre, Denes do Rosário.

A disseminação do conhecimento, segundo ele, vem sendo feita pelo Instituto Capixaba de Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper), universidades, prefeituras e cooperativas produtoras.

Em relação a fermentação, ele frisou que o produtor compreendeu que a fermentação correta confere aroma e sabor ao café, como o de baunilha, frutado ou de chocolate. Já a fermentação incorreta dá vinagre, fungo e bolor no produto.

O Espírito Santo conquistou a Indicação Geográfica (IG) para o Café Conilon, na categoria de Indicação de Procedência (IP), se diferenciando dos demais. “Essa identidade mostra a qualidade do nosso trabalho”, afirma.

SAIBA MAIS

Preço

A saca de 60 quilos do café conilon alcançou o preço mais alto da história no Espírito Santo, chegando a R$ 1.000, enquanto o arábica ficou em torno de R$ 1.150.

Questão Global

Ano passado, dois grandes concorrentes do Brasil, Vietnã e Indonésia, apresentaram problemas na produção de café. Além disso, com a guerra entre Israel e Hamas, o trafego pelo Canal de Suez foi afetado, em função dos ataques a navios no Mar Vermelho.

Então, esses países optaram por contornar o Cabo da Boa Esperança, o que deixa o frete mais caro e demorado. Com isso, o café do Brasil ganha competitividade.

Evolução na qualidade

O conhecimento sobre todo o processo de produção do café foi sendo disseminado pelo Instituto Capixaba de Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper), universidades, prefeituras e cooperativas produtoras, como a Cooabrial, que é a maior cooperativa de café conilon do mundo. Dessa forma, os produtores conseguiram melhorar a qualidade do café.

Um dos pontos que melhorou, por exemplo, foi o processo de fermentação. O produtor começou a entender que existe a fermentação positiva e negativa. A positiva é aquela feita de forma correta, que proporciona um aroma sabor baunilha, frutado ou chocolate. Já a fermentação incorreta dá vinagre, fungo, bolor no café.

Concursos

Os concursos de melhor café do Brasil inicialmente eram só de Arábica. Produtores do Estado já haviam solicitado a inclusão do conilon, que não foi aceita.

Em uma atitude de desespero, segundo o pesquisador do pós-doutorado em fermentação de café da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), em Alegre, Denes do Rosário, produtores inscreveram um café conilon, sem falar que era conilon. O café ficou bem classificado na disputa e o segredo foi revelado. Só assim foi compreendido que a qualidade tinha melhorado e precisava haver o reconhecimento.

Marcos

Entre 2010 e 2012 foi criada, a nível mundial, a ficha de avaliação da qualidade do café especial canéfora, que envolve robusta e conilon.

Indicação Geográfica

O Espírito Santo conquistou a Indicação Geográfica (IG) para o Café Conilon, na categoria de Indicação de Procedência (IP). Foi a primeira IG do Brasil que abrange a produção de conilon em um estado inteiro, um alcance inédito. A solicitação foi feita pela Federação dos Cafés do Espírito Santo (Fecafés), em janeiro de 2020, e a concessão foi dada pelo Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI), em maio de 2021.

Arábica e Conilon

O café arábica e o conilon são plantas com formas de cultivo e sabores diferentes. O conilon é mais resistente a doenças, tem polinização cruzada e por ser abundante, acaba tendo um valor inferior ao arábica, que produz muito em um ano e, no ano seguinte, a produção pode cair pela metade.

O cultivo é realizado a partir de sementes, e é mais suscetível a doenças e pragas. Por outro lado, é considerado mais fino e com condições muito melhores para oferecer diferentes nuances. É mais cultivado em regiões de temperaturas mais baixas e altitudes acima de 500m. Já o conilon é de regiões mais quentes.

Fonte: Marcus Magalhães, Márcio Ferreira, Incaper, Denes Rosário.

MATÉRIAS RELACIONADAS:

Comentários

Os comentários são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião deste site. Leia os termos de uso

SUGERIMOS PARA VOCÊ: